segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Proposta de redação para 7 ano

Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
                                                             Carlos Drummond de Andrade

Como Drummond, faça uma descrição (em prosa ou verso) cujo o final surpreenda o seu leitor.O objetivo você escolhe: uma pessoa, uma cidade, um parque de diversão, uma paisagem etc...


Prova do 1 ano do ensino médio de português


LISTA DE EXERCÍCIOS 1.º ANO DO ENSINO MÉDIO 2010

1. (ENEM) Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto “Aí, galera”, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações do discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.
Aí, galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
- Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais desportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
- Como é?
- Aí, galera.
- Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou que, um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela versão inesperada do fluxo da ação.
- Ahn?
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
- Certo, você quer dizer mais alguma coisa?
- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- Isso.
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio Braziliense, 13 maio 1998.)


A) A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:

a) pegá-los na mentira
b) pegá-los desprevinidos
c) pegá-los em flagrante
d) pegá-los rapidamente
e) pegá-los momentaneamente

B) O texto relata duas situações que fogem à expectativa do público. São elas:
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe
b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação de entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado
c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador
d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador “É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”
e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo

C) O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada no contexto:
a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” – um pedestre que assistiu ao acidente comente com o outro que vai passando.
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala a um amigo.
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” – alguém comenta em uma reunião de trabalho.
d) “venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretaria Executiva desta conceituada empresa” – alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” – um professor universitário em congresso internacional.

2. (UFES) “Mas que significam as palavras? Que significam, na verdade, as palavras? Que significa a palavra verdade, a palavra mentira ou a palavra amor?” (LYRA, Bernadette. A panelinha de breu.)

A afirmativa incorreta em relação ao conceito de literatura é:
a) Literatura é linguagem carregada de significado.
b) No texto literário, as palavras possuem predominantemente o sentido denotativo.
c) Em literatura, cada palavra tem mil faces secretas sob a faze neutra.
d) O texto literário é plurissignificativo, passível de várias interpretações.
e) A linguagem literária é predominantemente conotativa e metafórica.

3. (FUVEST) “O cheque em branco que o eleitor passa ao eleito é alto demais, faz parte da condição mesma de candidato expor-se ao escrutínio público e abrir mão de uma serie de prerrogativas, entre elas a privacidade.” (Folha de S. Paulo, 3 set. 1998) Há algum problema de coerência na expressão “Alto demais”, dado o contexto lingüístico em que ela ocorre? Justifique sua resposta.
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4. (ENEM) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si um diálogo constante. Esse fenômeno tem o nome de intertextualidade. Leia os textos seguintes:

I. Quando nasci, um anjo torto,
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida.
(ANDRADE, Carlos Drummond de.Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.)

II. Quando nasci, veio um anjo safado
O chato de um querubim
E destinou que eu ‘tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.)

III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por:

a) reiteração de imagens
b) oposição de idéias
c) falta de criatividade
d) negação de versos
e) ausência de recursos


(ENEM) As questões 5 e 6 referem-se ao poema.

A DANÇA E A ALMA

A DANÇA? Não é um movimento,
Súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
Da humana graça natural.

No solo não, no éter pairamos,
Nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
Seiva, força, perene estar.

Um estar entre céu e chão,
Novo domínio conquistado,
Onde busque nossa paixão
Libertar-se por todo o lado...

Onde a alma possa descrever
Suas mais divinas parábolas
Sem fugir a forma do ser,
Por sobre o mistério das fábulas.
(Carlos Drummond de Andrade)


5. A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é
a) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência
b) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito
c) a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos desconcertados
d) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
e) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do individuo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura

6. O poema é construído com base em contrastes, como “movimento” e “concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é:

a) éter
b) seiva
c) chão
d) paixão
e) ser


7. (ENEM) As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema:


“(...)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?

Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte
Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (...)”
(Mário de Andrade)

O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito
a) étnico e religioso
b) linguístico e econômico
c) racial e folclórico
d) histórico e geográfico
e) literário e popular

Leia a letra da música para responder as questões 8, 9 e 10.


HEAVY METAL DO SENHOR

O cara mais underground que eu conheço é o diabo
Que no inferno toca cover das canções celestiais
Com sua banda formada só por anjos decaídos

Enquanto isso deus brinca de gangorra no playground
Do céu com os santos que já foram homens de pecado
De repente os santos falam “toca deus um som maneiro”
E deus fala “aguenta vou rolar um som pesado”

A banda cover do diabo acho que já tá por fora
O mercado tá de olho é no som que deus criou
Com trombetas distorcidas e harpas envenenadas
Mundo inteiro vai pirar com o heavy metal do senhor
(Zeca Baleiro)


O cruzamento dessas duas forças não se dá apenas no plano do conteúdo. No plano de expressão, temos como suporte lingüístico o cruzamento de três tipos diferentes de dialetos sociais – isto é, variedades linguísticas utilizadas por determinados grupos sociais. A que grupo social está associado o uso de palavras e expressões como:
8. Underground, som, som pesado, heavy metal?
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9. Inferno, canções celestiais, anjos, Deus, santos, homens decaídos, senhor?
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10. Cara, cover, pega fogo, maneiro, rolar, tá de olho, envenenadas, pirar?
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